segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sobre o PRÉ-SAL

Hoje foi anunciado o modelo de exploração do pré-sal... o site do uol fez uma retrospectiva bem legal acesse aqui

DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

Situação atual

Embora a maior parte da Amazônia permaneça intacta, a taxa de desmatamento é preocupante, principalmente nas regiões sul e leste da floresta.

Dados oficiais mostram que o índice de desmatamento representa uma perda anual que equivale ao tamanho da Bélgica. E segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tomando por base levantamentos feitos por satélite, a Amazônia perdeu, até 2007, cerca de 700 mil km2 de floresta, ou seja, 18% da região.

Causas

Os incentivos fiscais para a agricultura, nas décadas de 1970 e 1980, foram grandes responsáveis pelo desmatamento.

Entre o final da década de 1980 e início da de 1990, a formação de pastagens para produção de carne bovina e o avanço das plantações de soja ganharam preponderância no desmatamento, feito, principalmente, por proprietários de médias e grandes fazendas.

As facilidades de crédito - oferecidas por bancos da região para os setores de pecuária e agricultura - somadas aos investimentos do governo em infra-estrutura contribuíram ainda mais para o desmatamento nos últimos tempos.

Outro importante fator é a extração de madeira. Atualmente, há mais de 3 mil empresas cortando árvores na Amazônia.

Na verdade, o desenvolvimento da infra-estrutura acelera a migração para áreas distantes e aumenta o desmatamento de propriedades. As estradas para retirada de madeira precedem e/ou acompanham as rodovias, fazendo com que novas regiões se tornem acessíveis para o investimento dos lucros do comércio da madeira, que ocorre nas áreas de soja e gado.

Finalmente, não podemos nos esquecer das queimadas. O fogo, utilizado para queimar a mata e dar lugar às lavouras e aos pastos, leva consigo árvores centenárias e destrói o habitat de inúmeras espécies animais e vegetais, consumindo também a riqueza natural do solo.

Consequências

• Erosão, exaustão dos nutrientes e compactação do solo: ao contrário do que pensa o senso comum, o desmatamento faz a produtividade agrícola diminuir, pois deteriora a qualidade do solo. A adição de adubos e nutrientes pode conter a degradação, mas de maneira limitada.


• Diminuição das opções de manejo florestal sustentável, tanto no que se refere aos recursos madeireiros quanto aos farmacológicos e genéticos.

• Quando a floresta se transforma em pastagem, as chuvas nas áreas desmatadas escoam rapidamente, levando consigo nutrientes e interrompendo os padrões regulares das cheias dos rios, importantes para o funcionamento do ecossistema e para a agricultura de várzea.

• Os incêndios florestais emitem gases de efeito estufa. Um grande incêndio na floresta pode liberar, através de combustão, toneladas de carbono equivalente ao carbono de CO2. As emissões de gás carbônico na atmosfera contribuem para o aumento da temperatura do planeta e afetam diretamente o clima e o ecossistema da região.

• A perda de partes importantes da floresta empobrece a biodiversidade da Terra.

Como impedir o desmatamento?

O combate ao desmatamento da Amazônia é uma prioridade para o governo e também para inúmeras organizações internacionais. O monitoramento e a repressão (através do controle de licenças, da crescente fiscalização do Ibama e de multas) são, atualmente, as estratégias principais para conter o desmatamento.

A fiscalização e a arrecadação de multas devem ser acompanhadas, contudo, pela compreensão dos aspectos sociais, econômicos e políticos da região. E, também, pela contínua educação das comunidades.

Ao mesmo tempo, faz-se necessário encontrar formas de explorar a floresta de maneira sustentável.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Woodstock 40 anos

Conhecido com o mais importante evento de música pop da história, a Feira de Música & Arte Woodstock foi também o ápice do movimento de contracultura que se espalhou pelo mundo, e cujos ideais permanecem vivos.
Entre 15 e 18 de agosto de 1969, estimados meio milhão de pessoas se reuniram numa pequena fazenda no interior de Nova York para assistir a shows de alguns dos principais artistas da época.

Ninguém esperava tantas pessoas. Foram vendidos apenas 186 mil ingressos, mas o evento acabou sendo gratuito. As estradas ficaram congestionadas e não havia infraestrutura para acomodar as pessoas. Mesmo com todos esses problemas, foram registradas apenas duas mortes: uma por overdose e outra por atropelamento.

Embalados pela música folk, blues e rock, jovens tomavam banhos nus na chuva, brincavam na lama, meditavam, usavam drogas - LSD e maconha, principalmente - e faziam sexo em barracas. O clima libertário do evento virou símbolo da cultura hippie e da geração "Paz e Amor".

CONTEXTO POLÍTICO
Para entender a cabeça da juventude daquele tempo, é preciso examinar o contexto histórico, político e cultural da década de 1960, que começou com a chegada ao poder do democrata John F. Kennedy (1917-1963) nos EUA.

Era o auge da Guerra Fria e da corrida armamentista que opunham os dois maiores blocos militares e econômicos da época, os Estados Unidos e a antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Em solo americano, ganhavam força os movimentos pelos direitos civis dos negros, que não podiam frequentar os mesmos bares, clubes, escolas e ônibus que os brancos, tendo à frente líderes como Martin Luther King (1929-1968).

Na política externa, o envolvimento do país na guerra do Vietnã (1959-1975), a partir de 1965, foi o principal fator político que desencadeou o movimento hippie.

Contribuiu para isso o fato da guerra ter sido a primeira a ter cobertura na TV, então substituta do rádio como principal veículo de comunicação de massa nos lares americanos. As imagens de americanos feridos e de crianças queimadas com napalm (espécie de gel inflamável a base de gasolina) mobilizaram a opinião pública contra os conflitos na Ásia.

Contrários à guerra, os hippies usavam cabelos compridos, roupas coloridas e praticavam o protesto pacífico de Mahatma Gandhi (1869-1948). As manifestações, que caracterizaram o movimento como flower power (poder da flor), tomaram conta de diversas universidades e, pela primeira vez, jovens americanos se recusaram a se alistar no Exército.

O ponto alto da revolta estudantil ocorreu em maio de 1968, quando uma greve geral na França inspirou protestos na Europa e nas Américas.

No Brasil, vivia-se a antevéspera do período mais truculento da ditadura militar (1964-1985) com o decreto do AI-5, mas isso não impediu a influência dos hippies, sobretudo no Tropicalismo, movimento cultural que teve como expoentes Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Os Mutantes, entre outros.

Esse ambiente político também produziu uma das imagens mais marcantes do Festival de Woodstock: o guitarrista Jimi Hendrix tocando o hino nacional norteamericano The Star-Spangled Banner ("A Bandeira Estrelada"), com notas distorcidas e pontuadas por sons que simulavam a queda de bombas.

Sexo, drogas & rock'n'roll em uma Sociedade Conservadora

Mas a revolução que acontecia em meio à tradicional família americana não era menor do que a que tomava conta das ruas do país. Era inaceitável, para a sociedade puritana da época, o sexo antes do casamento, tampouco a ideia de "morar junto".

Nas universidades, o controle também era rígido, com "toques de recolher" e vigilância em prédios separados para estudantes do sexo feminino e masculino (situação bem retratada no último romance de Philip Rorty, Indignação, recém-lançado no Brasil).

O início da comercialização da pílula anticoncepcional e os movimentos feminista e homossexual nos anos de 1960 foram importantes elementos da revolução sexual promovida pela cultura hippie.

Outro componente da mudança nos costumes foi experimentação de drogas. Ken Goffman e Dan Joy, no livro Contracultura Através dos Tempos, consideram que o estopim aconteceu quando o guru do LSD Timothy Leary (1920 -1996) e um colega foram expulsos da Universidade de Harvard, onde lecionavam, por conta de pesquisas com drogas psicoativas, em 1962.

A partir de então, drogas psicodélicas passaram a ser associadas à rebeldia e libertação das "amarras mentais de uma sociedade decadente". Sabia-se, então, muito pouco sobre os efeitos nocivos das drogas. A própria CIA, o serviço secreto americano, chegou a fazer experimentos para possível utilização em interrogatórios de presos.

O uso de substâncias químicas com fins de "expansão da consciência" não era bem uma novidade. Desde o século 19, escritores como Thomas De Quincey (1785-1859) e Charles Baudelaire (1821-1867) já escreviam sobre o consumo de entorpecentes como o ópio. Antes dos hippies, escritores beatniks como William Burroughs (1914-1997) e Allen Ginsberg (1926-1997), além de músicos de jazz, também compunham e escreviam sob efeito de alucinógenos.

Mas nada se compara com a abertura de uma demanda nos Estados Unidos, a partir da década de 1960, que abriu a rota da maconha, e da cocaína depois, vindas da América Latina, via fronteira mexicana. Como resposta, o governo deu início a uma política repressiva, com poucos resultados efetivos até hoje para conter o tráfico.

No ano seguinte a Woodstock, duas das maiores estrelas do festival, Janis Joplin e Jimi Hendrix, além do líder da banda The Doors, Jim Morrison (que não participou do evento), morreram de overdose ou em decorrência de abuso de drogas ilícitas. Todos os três tinham apenas 27 anos de idade.

Legado
Cultura pacifista, ideais comunitários e socialistas, amor livre e liberação pelas drogas faziam parte da cartilha da contracultura. O massacre cometido pela Família Manson, ocorrido uma semana antes de Woodstock, era sinal de que os tempos estavam mudando.

O fim da Guerra do Vietnã, a politização dos movimentos pelos direitos civis, o controle do tráfico de drogas pelo crime organizado, o surgimento da Aids e a desilusão com as utopias levaram juntos os referenciais da cultura hippie.

Nos anos de 1990, foram realizadas outras duas edições do Festival de Woodstock. Tumultos e brigas, que contrastaram com o original, revelaram que se tratava apenas de um espectro agourento dos shows de "Paz e Amor".

Mas isso não significa que a juventude atual perdeu o interesse pela política ou pelos protestos sociais. Na sociedade globalizada, assuntos como ecologia e distribuição de renda mobilizam estudantes em todo o mundo. E qual é o maior legado da cultura hippie de Woodstock?

Segundo o professor Fred Turner, no livro From Counterculture to Cyberculture ("Da Contracultura à Cibercultura"), o ideal continua vivo, muito mais próximo que imaginamos - na internet.

A rede mundial de computadores foi desenvolvida durante os anos 1960 com investimentos militares e esforços de acadêmicos que respiravam a atmosfera da contracultura. Por isso, comunidades virtuais, como o Orkut, e a cultura do compartilhamento livre de arquivos de sites como o Pirate Bay seriam heranças dos hippies.

De certa forma, os ideais que embalaram os jovens em três dias de música, amor e paz em Woodstock continuam fazendo parte da juventude. Mesmo que seja dentro de uma floresta de bits.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Por que está chovendo tanto no norte e nordeste e tão pouco no sul do Brasil?

Variação na temperatura nos oceanos muda a dinâmica das chuvas

Enchentes no Maranhão, seca no Rio Grande do Sul. Será que o clima está ficando louco? Segundo Lincoln Muniz Alves, climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o que está acontecendo no primeiro semestre de 2009 não é nenhuma anomalia. "Há uma variabilidade natural do clima, tem ano que chove mais, tem ano que é mais seco. Já observamos volume de chuvas semelhante no norte e nordeste em 1995, 2000 e 2008", diz o especialista. Ele explica que os meses entre janeiro e maio são mesmo de chuva no norte e no nordeste do país. Porém, dois fenômenos climáticos aumentaram o volume de precipitação neste ano. O primeiro é o La Niña, caracterizado por um esfriamento da superfície do mar no Oceano Pacífico equatorial e que favorece as chuvas no norte e a seca no sul. Ou seja, além de ser um dos fatores responsáveis pelas enchentes no nordeste, esse fenômeno também causou a estiagem no Rio Grande do Sul.

Para piorar a situação, ainda estamos sofrendo o impacto do aquecimento das águas do Atlântico Sul e o resfriamento do Atlântico Norte. Essa diferença de temperatura faz com que o principal sistema que causa chuvas na região se desloque mais para o sul e acabe sobre o norte e nordeste do Brasil. O climatologista diz que não há uma explicação para essas mudanças na temperatura das águas, "a própria dinâmica do clima e dos oceanos faz com que um ano seja mais frio ou mais quente". Porém, apesar dessas variações serem naturais, Lincoln conta que um dado preocupa os pesquisadores: os extremos climáticos estão se tornando mais frequentes no sul do país. "Isso pode ser um indício de que o aquecimento global está atuando em algumas regiões", alerta o climatologista.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

HUMOR

O QUE É UMA FRENTE FRIA?

Fenômeno que surge na Argentina atinge as regiões Sul e Sudeste do Brasil em uma média de três a cinco vezes por mês

Seja no inverno ou no verão, as previsões do tempo frequentemente anunciam a chegada ou a aproximação de uma "frente fria", preparando-nos para enfrentar alguns dias com temperaturas mais baixas e, de vez em quando, acompanhados de chuva. Mas você sabe exatamente o que isso significa? "Frente fria é uma zona de transição entre uma massa de ar quente e outra de ar frio, que geralmente se forma em regiões de grande contraste térmico", esclarece Amanda Sabatini Dufek, professora de Meteorologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). Na América do Sul, essa área de contraste coincide com as regiões sul e noroeste da Argentina, onde se formam as frentes frias que percorrem o litoral do continente. “Elas são tipicamente configuradas na direção noroeste-sudeste e apresentam uma trajetória de sudoeste para nordeste”, diz a meteorologista.

Mais sobre meteorologia

No Brasil, as frentes frias atingem as regiões Sul e Sudeste o ano inteiro, cerca de três a cinco vezes ao mês. "Esse número é ligeiramente maior durante a primavera", afirma Amanda Sabatini A professora explica que a passagem de uma frente fria dura em média três dias, provocando significativas alterações no clima. "Elas estão associadas ao aumento das nuvens, à presença de chuva, às variações na direção do vento e à forte mudança de temperatura", diz. "Após a sua passagem, geralmente observa-se a entrada de massas de ar frio que, dependendo de sua trajetória e intensidade, provocam quedas bruscas de temperatura e ocasionalmente geadas em locais serranos, principalmente nos meses de outono e inverno".

As frentes frias avançam com uma velocidade média de 10m/s e podem ser previstas com até 15 dias de antecedência. "A previsão do tempo, incluindo as frentes frias, é feita por meio de diagnósticos de imagens de satélite, cartas de superfícies, dados observados e modelos numéricos atmosféricos", explica a meteorologista. As chances de acerto de uma previsão são de 70% para cinco dias e 95% para as 48 horas que precedem o fenômeno.